O dia estava nublado como ela gostava. Estava fresco e finalmente seu dia de estudo/trabalho havia acabado. Logo que chegara no apartamento, viu um bilhete debaixo da porta. Era de seu namorado lhe convidando pra um jantar. Que tolo, por que não fora logo jantar com ela? "Ele e seus mistérios impulsivos..." pensou ela. Mentalizou vários adjetivos maravilhosos para aplicar a ele, como "idiota,chato.." e o indispensável "boboca". Por que se ele não fizera nada? Ela acabara de chegar de um dia cansativo e ele lhe vem com essa... O lado rabugento dela sempre falava mais alto.
A cidade inteira parecia ter se escondido em suas casas. E ela dirigindo rumo ao restaurante que ele mencionou no bilhete, ela estava estressadinha, mas queria ir. Estava de vestido preto, cabelo em coque e salto e ele estava maravilhosamente belo com um terno escuro. A primeira visão que teve foi dele sentado na mesa do canto, perto da janela para ver as estrelas, ajeitando as taças e pedindo que o garçom trouxesse o champanhe.
Quando ela se aproximou da mesa,ele se levantou como um nobre cavalheiro, lhe deu um beijo discreto e arrastou a cadeira para trás esperando que ela sentasse e a empurrou para frente, logo após voltou para seu lugar.
-Depois de anos, sendo gentil como sempre. Você não para,né? - e sorriu. Ele retribuiu o sorriso.
O jantar foi harmonioso. Ela se questionou porquê estavam tomando champanhe e não um vinho,mas não ia contrariar as loucuras de seu namorado, afinal já convivera com ele tempo o suficiente para saber que tudo que ele fazia tinha um motivo.
Depois ele a levou em casa, fez questão de dirigir seu carro e disse que depois levava o dela pra casa de volta.
No apartamento, ela correu para o banheiro para tomar um banho quente e tentar aproveitar um momento gostoso ao lado de seu namorado. Quando saiu,ainda secando seus cabelos, pôde vê-lo sentado na cama com uma rosa na mão... Como a de um buquê que dera a ela "sem querer" há anos. Ela pegou a rosa e sentou ao seu lado... Ele se virou e tornou a pegar o violão. Ela sorriu, sabia que ele ia tocar alguma música que ela gostava pra terminar seu dia de um jeito feliz.
Começou a tocar "Taciturn",uma música antiga, mas que ainda mexia com ela e a fazia arrepiar. Cantada por aquela voz gostosa de se ouvir... Em harmonia com seus olhos maravilhosos se tornava a cena mais bonita do Universo.
- Tem algo atrapalhando o som desse violão. - e ele começou a procurar alguma coisa, virando o violão todinho.
- Óbvio que não, está exatamente como você deixou aí no canto, nem toquei...
Foi uma cena rápida, algo caiu da Boca do violão na mão dele, uma caixinha vermelha um pouco felpuda. Ele se ajoelhou... Colocou em seu rosto aquele olhar que ela tanto deseja ver a todo momento, franzindo a testa e com a caixinha na mão... Fez o discurso mais fofo do mundo, mérito do homem que ele sempre foi... E por último a fez um pedido:
- ... Quer casar comigo?
Dos olhos dela, caiu uma lágrima, de surpresa e de emoção... Pensou em como resmungara no início da noite e percebeu que houve sentido em todas as coisas que ela pensara serem aleatórias. Tremeu um pouco, foi de repente e era imensa o tamanho da felicidade dentro dela... E depois de 3 segundos de pensamentos rápidos, ela disse, quase que gritando...:
- Sim. - e os dois se abraçaram.
Tudo o que ela sempre quis era ele...
Ele era perfeito pra ela desde sempre, até seu mapa astral rs