sexta-feira, 3 de maio de 2013

Olhar.



Não foi apenas um olhar,aquele ato perfurou minha alma através dos olhos. Foi como se eu já tivesse o visto de alguma maneira,como se nos meus sonhos mais perdidos e profundos aqueles olhos negros estivessem lá. As madeixas negras não eram estranhas,sua calça jeans larga e rasgada era uma característica confortante na cena e sua blusa preta era um buraco negro de ilusões de memórias.
Talvez eu apenas precisasse sentir certa vulnerabilidade naquela que eu pensava ser minha zona de conforto. Eu hesitei em fazer qualquer coisa depois daquela facada visual. Teve uma hora que nossos olhos se encontraram e ficaram fixos,aquele jeito parecia um que eu já narrara tantas e tantas vezes em meus contos e histórias.
Quando eu finalmente consegui ir embora,me senti como uma criança que acabara de levar um choque. Dentro do veículo no qual me encontrava,ainda senti seu olhar,até que-para meu alívio- o mundo voltou a girar.