(post escrito final de maio de 2018)
Eu sempre soube que eu tinha uma tendência autodestrutiva quando tava tudo dando muito certo. E sempre temi isso. Eu não entendo como, sabe? Como que eu estava feliz, independente, com tudo dando certo no trabalho e na vida amorosa (sim, os contatinhos não me esquentavam de noite, mas isso não me deixava solitária). Eu estava bem. Em uma tremenda calmaria de eficiência e libertinagem. Com os meus problemas com a minha mãe e pai, é claro. Mas calma.
Eu te evitei por um tempo. Percebi que era uma pessoa boazinha e fofa, com potencial pra trazer um tornado pra minha calmaria. Eu ignorei, por que não se afastou? Ah eu deveria ser um prêmiozinho que valeria a pena. Pesquisei sua vida e fiquei pensando: o que responder para este ser? Pensei que deixar rolar seria a alternativa para não me apaixonar. Simplesmente te pegar... E lá fui eu. Calma. Com o meu joguinho de sempre de conquista. E consegui te pegar.
Aos poucos fui descobrindo mais de você e escrevi aquele post no blog de quando eu me encanto com alguém. Sim, eu disse encanto porque sobre amor, amor mesmo, só tiveram alguns textos e todos para a mesma pessoa. O seu beijo realmente é algo de se encantar... Seu corpo envolto do meu. Mas eu não podia me apaixonar. De jeito nenhum. Eu tive que esperar...
Logo de primeira, eu fui louca. E confiei em você. Na verdade acho que não pensei nisso no momento porque estava morrendo de nervoso de estar em um local diferente com você. Eu estava encantada e você é lindo. Quando você tocou em mim, enquanto me beijava, o nervosismo foi passando e eu confiei em você involuntariamente. Respirei e pensei " fuja, ele pode ser tão bom em atuar quanto você." e daí eu fiz besteira de parar de olhar para seu corpo enquanto você estava comigo... E olhei para seus olhos e você, ao invés de desviar ou de fazer cara de tarado... Sorriu. Sorriu como uma criança boba e inocente. E eu caí nisso. Eu vi sinceridade nos seus olhos mesmo que tão cedo.
Evitei meus sentimentos e te tratei como mais um joguinho enquanto estávamos longe. Na minha cabeça, aquilo era um jogo seu pra acabar com minhas defesas... Mas eu saia muito com você na época, nos víamos quase que todo dia. E você me falava da evolução dos seus sentimentos... De como você estava se sentindo. E soltou que estava apaixonadíssimo por mim e que queria me apresentar aos seus pais. Eu tremi. Nunca tive a intenção de te deixar imerso no meu mundo, mas naquele momento eu quis. E aí saímos e dormimos juntos, tomamos café e fomos agarrados até o trabalho. Eu achei especial. Eu nunca tinha tido aquilo. Pra você era só mais uma saída de motel e eu não sabia...
Ali, naquele momento, eu vi que estava ferrada. Ferrada demais. Ainda perdi um final de semana de carnaval porque não conseguia pegar outros sem ser você. E você pegando pessoas... E logo no dia seguinte me apresentando a sua família. Como isso consegue ser tão comum pra vocês? Deve ser algo de hetero topzera sei lá... Eu não apresento qualquer um a minha família... Você me apresentou a sua mãe. E disse que queria conhecer a minha e não tinha noção de como isso era pra mim.
E aí veio a primeira vez. Que você mentiu descaradamente. Que o meu amigo te viu. Ali eu deveria ter sacado que você era uma pessoa fingida e falsa... Mas não... Eu decidi fazer diferente pela primeira vez na vida e continuar. Isso foi um erro? Vulnerável eu já estava... Na semana seguinte eu já estava basicamente pensando em namorar você. Queria você ao meu lado. Eu estava me entregando porque disse a mim mesmo que não deveria ter medo. Eu fiquei cega. Cega de amor. Cega de paixonite.
Não podia deixar isso acontecer. Então fui em uma festa sozinha distrair a cabeça. E lá fiquei brincando com whisky, ficando louca. E você pegando qualquer uma em um bar. Ok. Eu já imaginava desde o dia... Você sempre foi assim e pensei como era culpa minha estar vulnerável.
E aí você jogou seu ás. Disse que estava com saudade. No meio da madrugada. E foi me ver. Hoje eu me pergunto, pra que tudo isso se você podia simplesmente ter transado com a menina do bar? Você queria me conquistar. Era um jogo. Logo que saímos da balada, fomos pra um motel.
Você estava quebrando minhas defesas, me convenceu a conhecer minha mãe. Fez eu me apaixonar por você e tudo por pura diversão. Fez eu me sentir diferente fazendo a mesma coisa que você fazia com todas... pra quê? Por que não me deixou livre? Você queria ser minha maior decepção? No seu aniversário me apresentou aos amigos e teve seu primeiro desapontamento comigo. Porque eu até ali aparentava ser a garota perfeita sem problema ou situações ruins que você tivesse que lidar.
Em abril você começou a perder sua paciência de estar comigo. E eu não percebi... Eu devia ter saído fora ali. Mas eu já estava perdidamente apaixonada. Então eu cometi outro erro: fui contando aos poucos sobre minha vida e assumi namoro com você no trabalho... Que erro, viu...
Você saiu nesse mês. Não duvido que tenha pegado sua amiga nesse dia. Isso seria fácil pra você. E aí foi estragar minha noite... Mas eu entendia tudo... Afinal, eu estava cega. Você chegou a descontar coisas que você suspeitava que eu fiz. Fazendo eu me sentir culpada. Sendo que quem fazia as coisas era você... Por que você fez isso? Dói pensar que eu fui manipulada por um jogo...
Maio chegou. E eu já estava íntima sua. Compartilhando meus problemas contigo. Você sabia quase tudo. Eu tinha certeza que queria você. Achei que estávamos sólidos. E aí você disse pra sua ex que não estava vendo ninguém e foi sair. A cena se repete várias vezes na minha cabeça que eu chego a ficar com nojo. E quando saiu de lá teve a coragem de dizer que estava ligado a alguém. Que tipo de pessoa doentia você é? Disse que somente nesse dia você teve certeza que estava ligado a mim... E eu vulnerável a você. Na sua mão. E isso era reconfortante né!? Mas você não acreditava, por isso enquanto eu estava bêbada, você stalkeou minha vida mexendo no meu celular. Mas não gosta de falar nisso, né? Você disse que quando pegou meu celular teve a certeza de que eu te amava rs.. e eu lembro que eu disse na época "porque você viu que eu sou trouxa e tô na tua mão" e você aliviado... Como que eu iria saber que minhas palavras eram reais? Eu me arrependo. Você mentiu, falsificou emoções e eu caí direitinho. Você era tudo que me falaram e eu não acreditei. E continuou se insinuando... Por vários meses. Era tudo mentira? O que você falava e fazia? Qual era a graça de fazer isso comigo?
E quando eu entrei em depressão. Foi o segundo erro. Você não podia estar lá por mim e queria um tempo. Eu deveria ter encerrado as coisas ali... Ao invés disso, levei vc pra conhecer minha família de São Paulo. Ah é, você já nunca teve interesse em fazer o mínimo esforço pra fazer algo por mim. Eu nesse ponto já sabia que nunca deveria esperar algo de ti... Mas olha, eu não entendo... O porquê disso tudo. E você diz que seu sentimento só diminuiu... Que sentimento? Foi tudo mentira... E outra: acho que você nunca me amou. Amor é respeito.