domingo, 21 de setembro de 2014
O tempo - parte IV
-O que procura?
-Mãe!? - disse a garota sorrindo e deixando uma lágrima cair de seus olhos.
-Perdão? - talvez a menina fosse apenas mais uma fugitiva do hospício que tinha ali perto. Abaixei a arma e ela limpou as lágrimas. - Qual é seu nome?
Ela sorriu disfarçadamente enquanto ainda limpava suas lágrimas, jogou o cabelo todo para um lado só e disse:
-Você ainda não sabe, né... Sou Sophie... Uma pessoa que te conhecerá muito bem.
- Sou Leona, Sophie. Queria saber se você tem alguma ligação com o homem que vivia aqui.
- Vivia? O que aconteceu com ele? Digo, acabei de chegar de viagem. - tornou a chorar novamente.
- Você tinha alguma relação com ele, Sophie? - enquanto eu falava com ela, adorava pronunciar seu nome mentalmente, sempre tive ma atração pelo nome "Sophie" e sempre falei que este seria o nome de minha filha.
- Ele é meu pai. - estava com uma mochila e a colocou nas costas de novo. Se ajeitou e me empurrou sutilmente para lado, subiu as escadas sem dizer uma palavras e eu por intuito, a segui. Ela parecia bem astuta e decidida.
Parou em frente a mesa de Thomas e abriu uma gaveta, deixou a mochila no canto da sala e colocou seu dedo em um detector digital dentro da gaveta, acho que era o que Mendez havia mencionado. A estante logo colocou-se para frente e uma porta se abriu.
-Sophie, o que significa isso? Se você sabe de algo que ajude na investigação, você tem que me contar.
Ela fechou a gaveta e pareceu me ignorar. Abriu um pouco a cortina do escritório e olhou pela janela, estava assustada. Tornou a andar até a porta recém aberta e eu a puxei pelo braço.
-Trate de me contar o que está acontecendo agora! Seu suposto pai morre e você não esboça nenhum tipo de reação?! Me diz agora o que você é! Você deve ser a pessoa que mencionaram que não tem digitais!
-Leona, preciso que entre na sala comigo. Aquele homem era seu marido, meu pai e eu não fiquei abalada porque não é a primeira vez que o vejo morrer, mas é a primeira em que eu reencontro você! Foi um homem que o matou... Ok? Por favor, entre na sala e eu lhe explico tudo.
Não pensei duas vezes em entrar, estava furiosa e curiosa por causa daquele maldito caso. Entrei, a sala era revestida de algum tipo de metal e havia uma cadeira nela, ligada a uma grande máquina que eu pensei que poderia fazer um barulho de máquina de lavar ou ser algum tipo de arma. Ela fechou a porta e sentou no chão da sala.
-Continue, Sophie.
-Bom, tudo começou quando eu era bem pequena. Eu tinha subido pra tomar um banho logo depois de jantar e vi você e papai conversando algo sério na mesa. - A menina insistia em me chamar de mãe, mas como eu estava sedenta de respostas, não a interrompi - Você estava assustada e papai cauteloso. Foi quando a campainha tocou e os homens importantes chegaram...