Não resta fagulha alguma
São sombras que carrego em
Meus olhos castanhos
São cegueiras de um passado constante
O que seria este Vinicius dentro de mim?
O que seria...
Corra e se esconda de meu fervor
Que juras amar e odiar
Cercada de asas e com medo de pousar
Vejo a tua pele e tento sentir
Faça-me sorrir...
Espero que não seja apenas
um fio de linha vasto
Mas um eterno farto...
J. Jacques, Rio de Janeiro, 2014
Tu me levaste, eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.
Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.
Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco
Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco.
Oxford, 1938