Se eu escrevia algo sobre gostar de uma coisa, um ato, por mais sutil que fosse... Eu recebia do mesmo. Eu recebia total devoção, carinho e companhia. Treinavamos juntos no saco de pancada em seu terraço, matavamos aula no shopping, tínhamos encontros, jogávamos Playstation e World of Warcraft, falávamos de rock e skate. Não tinha um momento em que eu não me sentia pertencente. Era uma pessoa que até no meu pior momento, eu pude contar. Em desabafos após a meia noite onde eu me encontrava no meio do nada ou em problemas que não abro pra ninguém... Eu não era fácil de lidar, na época eu era irritadiça e mais rabugenta. Mas isso não era empecilho.
Porém ocorreu um problema... Eu. Por mais que eu tivesse tudo, tudo mesmo que eu poderia querer em um garoto, tivesse memórias, momentos... Eu não me sentia completa. Não me leve a mal, eu era feliz, mas tinha a sensação de faltar algo mais. Tinha medo da minha vida ser apenas aquilo.
Então eu simplesmente fui embora. De novo. Sem avisos. Sendo fria. Não derrubei uma lagrima por fora na frente de alguem.
O que eu quero dizer é... O que tem errado? O que é esse defeito meu? É o meu famoso enjôo? É frieza? É medo de vulnerabilidade? Metáfora de the wall? O que tem de errado comigo?
Peguei-me pensando em situações parecidas com essa, mas acho que esse foi o ápice. Onde me movimentei por puro defeito. Foram memórias boas, mas convenhamos, seguimos com nossas vidas e estamos bem onde estamos hoje. Tanto eu quanto o menino citado. Mas me peguei pensando não no rompimento, mas nesse meu problema em ter que terminar coisas, de não gostar de relacionamentos infinitos quase que de maneira subconsciente.
Será que algum dia isso vai parar?