terça-feira, 6 de setembro de 2016

Liberteira

Eu sofro um pouco com a síndrome de liberteira (neologia que criei para explicar a falta de apego que sinto). Sou chamada de tudo, até de egoísta, mas não compreendo como as pessoas complicam coisas simples e se importam com coisas estranhas.
Me sinto de lugar nenhum, para começar. Sou do sul do Brasil, me mudei para o sudeste, mas sempre escuto que "sou reservada demais pra ser daqui e simpática demais pra ser de lá", logo natural de lugar nenhum. Sem apego por cidade natal ou casas, afinal em meu curto período de vida me mudei bastante.
Não mantenho relacionamentos por um longo tempo, me esgoto, ouso dizer que sinto até um leve desinteresse. Não gosto de mesmice. Não gosto de muitos abraços, mas aprecio a ideia do romântico.
Eu sofro por dizer que quero abdicar essa obrigação de ser mãe, não é um desejo atual da Jude dessa idade e essa é uma das coisas que duvido que mude. Sofro por querer viajar muito e passar o dia fora de casa ou de tratar minha cachorra que nem um "bebê humano".
Sinto desinteresse por pessoas comuns.
Quando criança, acho que até preservei por alguns anos um complexo de superioridade. Não me apeguei a outros, são raras as pessoas que ficam por mais de um ano nessa vida dinâmica.
Mas essa síndrome que citei, ela me impede de desgostar desse estilo de vida. É uma coisa ruim ser liberteira e querer viver de um jeito diferente? É errado querer ficar sem dormir e sorrir ao invés de ficar atrás de uma mesa pra ter uma vida "segura"? O que é segurança? O que é vida? E viver?
Sofro por ter desapego. Tenho medo de não cativar pessoas. Medo de ser só, mas cultuo o individualismo. Você sofre da síndrome de liberteira também?

Obs: descobri um blog bem legal esses dias, o lilahime, fica ai a indicação ;)