segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Bianca, os Lunares

Descrição: Possui cabelo cacheado negro e longo que está sempre em um rabo de cavalo. Seus olhos azuis mostram sempre intenso sofrimento, apesar de sua postura rígida e séria. Encarregada do CECLO (Centro de Elite de Caça aos Lunares de Olimpus), sempre está vestida com sua farda azul marinho com luas pratas. Bianca está rodeando o ínicio dos seus quarenta anos, porém sua esbanja vitalidade muito mais que uma menina de vinte.

-Bianca, o radar ta apitando demais ultimamente, acho que estamos em período de 'equinócio". - Um rapaz loiro entrou em sua sala desesperado, ela estava tão distraída em seus pensamentos que praticamente esqueceu que estava em seu ambiente de trabalho. Ela controlava o registro de Lunares em Olimpus, consequentemente por este ser o centro, supervisionava as outras duas rochas também. O registro era o que permitia que Lunares permanecessem em sociedade, uma vez despertados, eles se tornavam muito forte e um perigo.
-Estou indo para a sala de radares, obrigada por informar, soldado. - levantou de sua mesa e fechou o livro que estava fingindo ler, livro que continha uma foto bem curiosa de um bebê. Seguiu firme por aqueles corredores cinzas até a sala.
A sala de radares era pequena, quatro soldados ficavam na monitoração que apitava bastante quando os lunares estravam em período de equinócio. O equinócio era o momento que um grande grupo de lunares estava atingindo maturidade de poderes e estava despertando para se transformar, mudando sua aparência física, estes tinham grande potencial de serem caçados e eram um problema social, pois podiam destruir uma cidade do dia para a noite sem que ninguém notasse.
Os Lunares foram fundamentais para o desenvolvimento do novo Ciclo, eles criaram tudo de novo e ajudaram a sociedade se recompor da tragédia. Reza a lenda que uma shaman muito triste com o fim de seu mundo (uma rocha azul e verde chamada Terra) orou para a Lua pedindo ajuda e esta a abençoou com os lunares, cada um filho de uma Lua: Lune, Bael ou Milan.
-O equinócio está acontecendo em Palas, exato? Não teremos problemas, passe estes dados para o Comandante Eichorist. - Palas era o local mais fácil de se encontrar lunares, era a central do poder bélico e bruto do Novo Ciclo, quando havia um equinócio, se ocorresse resistência de registro, era um banho de sangue. -Vou cuidar das crianças e já volto. - as crianças eram uma invenção nova, os filhos do Sol. Eles viviam confinados e tinham sido instruídos para caçar lunares desde o nascimento.
Quando mais nova, Bianca viu isso acontecer perto de sua casa, em Palas. Ela viu cada lunar ser caçado por não querer o registro - este que permitia que o governo localizasse você e "pedisse sutilmente" uma ajuda quando necessário, mas na maioria das vezes... eles eram mortos durante o dia mesmo com o registro. Ela decidiu engajar sua carreira no CECLO, durante um equinócio, ela estava em casa e de repente, seu cabelo ficou branco e seus olhos azuis, ela sentiu uma força sem limites e descobriu ser uma filha de Bael. Depois de sua descoberta, ela pediu ajuda de uma shaman para esconder sua identidade e afastá-la de sua família. A shaman inseriu memórias novas na mente de seu marido, implantando uma de sua falsa morte. Bianca achou egoísta demais arriscar a vida de seu marido por seus poderes... Mas acima de tudo, ela só pensava em sua filha, Lonny que foi deixada em Olimpus com o marido.
Mas mal sabia Bianca, que Lonny tinha herdado seu gene e nascido como uma filha de Bael, sendo treinada em Palas pela Academia Militar e que este equinócio incluía seu despertar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Já fui Clarice

Já fui a desengonçada das aulas de dança que chamava atenção dos meninos que tinham atração por meninas reservadas e inteligentes. Já inventei de brincar de criar mundos para um amor, de criar roteiros juntos e ter ideias maravilhosas. Já tive amores que me permitiram ter um parceiro para todas as loucuras artísticas necessárias. Nunca me atrevi a escrever canções, não tenho esse maravilhoso dom como Clarice, mas já dediquei poemas a pessoas que gostava.
Já escrevi uma gama de poemas dedicadas a uma pessoa só, como uma monomania e ensinei vários vocábulos loucos ao meu parceiro de alguns anos atrás.
Já recebi cartas que não queria receber, PUBLICAMENTE.
Já tive gente se intrometendo em minha vida amorosa -enquanto essa desmoronava-, dizendo não suportar que a ideia de casal perfeito se separasse bem diante de seus olhos. Já tive gente fofocando sobre meu término e apontando dedos porque meu ex dizia sentir saudade de mim sem expôr o acontecimento por completo.
Já acordei em uma semana qualquer me sentindo uma estranha em minha zona de conforto devido a uma súplica de nostalgia de um ex meu, devido a uma intromissão invasiva em minha vida. DESNECESSARIAMENTE.
Já fui quase apedrejada porque os que queriam opinar no meu término, só aceitavam um lado da história e achavam que de alguma forma eu tinha que me representar como uma promotora e vender a minha.
Minha vida.
Foi bonito enquanto durou. Foi bonito enquanto eu me sentia bem de estar ali. Mas acabou. E é horrível quando os outros tentam "ajudar" por acharem que não podem de maneira alguma ver a ideia de amor deles se desfazer.
Tenho meus momentos de nostalgias, de escrever textos, poesias, prosas... Talvez uma carta, mas nunca me submeteria a uma aparição pública desse jeito -atrevo a dizer que foi uma saudade exposta sem necessidade, embora de boa intenção.
Não seria mais bonito ligar ao meio da noite e dizer tudo isso?
Escrever uma carta e agonizar enquanto ela não chegasse?
Não seria mais bonito pegar o papel com suas escritas em mão e proclamar sua saudade a ela, somente a ela?
Não seria bonito deixar esvair o que não faz mais bem e devanear nessas memórias sem passar uma ideia errada de amor aos outros?

Não tenho raiva de meus antigos amores, com todos aprendi e cresci que fique bem claro, viu.

E povo, público, plateia. Amor é sim arte, mas não uma que te permite palpitar sobre os sentimentos do protagonistas. Sobre a vida deles. Não é um leilão de histórias.

Sobre: Coluna de Gregório
Opinião: Uma remexida em sentimentos nostálgicos do autor de uma maneira totalmente pública e simples, talvez até romântica. Porém muito invasiva para Clarice, suponho eu. Texto simples e romântizado que mostra o que é relembrar um relacionamento e publicar sobre ele para que todo o território nacional veja.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Liberteira

Eu sofro um pouco com a síndrome de liberteira (neologia que criei para explicar a falta de apego que sinto). Sou chamada de tudo, até de egoísta, mas não compreendo como as pessoas complicam coisas simples e se importam com coisas estranhas.
Me sinto de lugar nenhum, para começar. Sou do sul do Brasil, me mudei para o sudeste, mas sempre escuto que "sou reservada demais pra ser daqui e simpática demais pra ser de lá", logo natural de lugar nenhum. Sem apego por cidade natal ou casas, afinal em meu curto período de vida me mudei bastante.
Não mantenho relacionamentos por um longo tempo, me esgoto, ouso dizer que sinto até um leve desinteresse. Não gosto de mesmice. Não gosto de muitos abraços, mas aprecio a ideia do romântico.
Eu sofro por dizer que quero abdicar essa obrigação de ser mãe, não é um desejo atual da Jude dessa idade e essa é uma das coisas que duvido que mude. Sofro por querer viajar muito e passar o dia fora de casa ou de tratar minha cachorra que nem um "bebê humano".
Sinto desinteresse por pessoas comuns.
Quando criança, acho que até preservei por alguns anos um complexo de superioridade. Não me apeguei a outros, são raras as pessoas que ficam por mais de um ano nessa vida dinâmica.
Mas essa síndrome que citei, ela me impede de desgostar desse estilo de vida. É uma coisa ruim ser liberteira e querer viver de um jeito diferente? É errado querer ficar sem dormir e sorrir ao invés de ficar atrás de uma mesa pra ter uma vida "segura"? O que é segurança? O que é vida? E viver?
Sofro por ter desapego. Tenho medo de não cativar pessoas. Medo de ser só, mas cultuo o individualismo. Você sofre da síndrome de liberteira também?

Obs: descobri um blog bem legal esses dias, o lilahime, fica ai a indicação ;)

terça-feira, 12 de julho de 2016

Oscilação

Eu nunca soube muito bem quem eu era ou meu propósito, sempre tive a mania de gastar saliva dizendo que estava me construindo longo dos anos com as coisas que acontecem em minha pacata vida aos poucos.
Não sou uma pessoa cheia de amores, que gosta de fazer juras, mas me acho carente até certo ponto. Sei que gosto de sorrir, de sair da rotina e viver o meu dia a dia como se eu fosse morrer amanhã, se eu morrer, morro feliz.
Gosto de fazer coisas improváveis e não tenho medo de seguir meus princípios. Eu me importo pouco, mas quando me importo com alguém, é pura proteção.
Eu sinto as vezes um vazio, vazio de coisas belas. Uma vontade incansável de fazer uma grande mudança no mundo, mas tudo o que tenho a oferecer é minha modesta arte em prosa.
Eu oscilo entre ir e não ir, entre bem e mal... entre amor verdadeiro ou real. Eu ainda não sei o que eu quero.

"Sempre precisei de um pouco de atenção, acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto".

segunda-feira, 4 de julho de 2016

sunny day monday

Eu sempre tive dificuldade de lembrar meus sonhos. Principalmente, aqueles que pareciam mais reais. Se eu não acordasse e escrevesse correndo em um caderno perto da minha cama, logo tudo desapareceria. Não foi assim com o sonho que tive em uma segunda qualquer.
Tudo ainda parece bem familiar, embora eu tenha certeza que foi tudo um sonho, pois ora, como poderia um dos meus maiores desejos na vida se realizar de um jeito tão fascinante, aleatório e... real? Eu ainda lembro cada ato, cada fato, cada tato, olfato...
Eu perdi a noção. Não sei há quanto tempo guardo esse sonho secreto sobre o segredo. Mas, uma pergunta, o que foi aquele sonho? Devo deixar ser apenas um devaneio diário ou insistir em torná-lo real?
Foi em uma segunda-feira. Eu acordei feliz, tive uma das noites mais felizes da vida. Tive sorrisos sinceros e alegres arrancados espontaneamente depois de anos... foi em uma segunda-feira, eu acordei com o raio de sol batendo no rosto, fiquei furiosa por ele me acordar daquele sonho, mas eu olhei pro lado e sorri.
Fiquei tão hiperativamente feliz que acordei cedo. Comi a pizza do dia anterior e respirei fundo... logo, em uma tentativa fracassada, me deitei novamente esperando retornar ao meu maravilhoso sonho. Fechei os olhos e aproveitei cada toque, cada respiração, construí meu mundindo. Até que, ao abrir os olhos, percebi que, na verdade, minha alegria poderia estar naquele sonho... Mas minha felicidade estar em realizar esse sonho, aqui, no plano real... Eu achei a felicidade em uma manhã de segunda-feira.

terça-feira, 28 de junho de 2016

a noite.

Eu tenho um segredo. Um suspiro que guardei durante anos, um sorriso que prometi dar apenas a uma pessoa, um abraço apertado... Esse segredo respira e me inspira. Seus olhos verdes são como versos no ar que se escrevem lentamente a cada fala. Eu guardo esse segredo faz tempo, não acho que as pessoas devem saber porque tenho medo de não dar certo, mesmo que nada exista.
Eu tenho um segredo que já me deixou acordada até tarde, comeu uma pizza inteira e já assinou em vários pseudônimos. Esse segredo pode ter sido até o motivo de eu começar esse blog.
Eu tenho um segredo que não me deixou dormir devido a grunhidos. Esse maldito segredo que me arranca tantos sorrisos involuntários e que não me deixa disfarçar minhas alegrias. Esse irritante segredo que faz eu me sentir insegura, que faz eu me lembrar da garotinha de longos cabelos castanhos que um dia jurei conhecer.
Eu tenho um segredo que contei pra poucos. Um segredo que nunca superei e que também não faço questão de esquecer. Esse segredo vive reaparecendo na minha vida, seja quando olho um estojo antigo ou o anel prateado dentro da caixa de joias. O segredo que me aflige ao me deixar confusa com seus cabelos negros, a droga do segredo que faz eu me engasgar de ter tanta vontade de dizer... .Vamos arriscar!
O segredo que ainda não me convenceu de que tudo foi verdade e que ainda me mata de saudade e ri de meus pálidos receios. Esse segredo que não sabe o que quer e que mata o coração de qualquer mulher apenas com um abraço...
Eu guardo esse segredo faz tanto tempo, só conto aos amigos mais próximos, mas ao próprio segredo, sempre vai me faltar coragem.

leap of faith.

Eu tenho essa mania, essa pequena e irritante mania de me jogar de cabeça em todos os momentos que eu acho que valem a pena na minha vida. Se eu acredito, eu me jogo de cabeça, escrevo poemas e juras, mas desculpa, meu amor, é assim que vive um poeta. Foi em algum dia desses, me perguntaram em que sonetos eu conseguia me definir melhor, eu escolhi dois de meu querido amigo Vinícius, Soneto à Lua e Soneto de Devoção. São versos duros e vulgares, porém verdadeiros e peculiares descrevendo mulheres singulares. Eu me acho ali.
Estava revendo as antigas postagens de meu blog devido a uma manutenção repentina e vi quanto amor juvenil eu já tive. A inocência na prosa sobre juras que não permaneceram e que, talvez, um dia tenham sido verdadeiras. Os meus verdadeiros textos de amor, em sua maioria ficaram guardados em agendas velhas cujo eu dizia que seriam materiais para minha futura biografia. Meus textos de amor estão em históricos de conversas longas de madrugada ou em lágrimas por telefone.
Mas enfim, cabe a mim voltar ao tópico inicial e não fazer disto uma prosa confusa de desabafo emocional. Eu me jogo de cabeça na vida, em aventuras, paixões, amores, amizades... Mas não é assim que a vida deve ser? Um grande poema que ninguém ainda escreveu?

"Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure."- Vinicius de Moraes

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Alma Perdida

Corre corre corre
você não pode perder
o transporte,
mesmo que isso,
na verdade
não importe

Respira e guarda
Sentimento não
leva em nada
Sorria, pois alguém
o filma

compre mais,
viva infeliz
sorrindo
beba suas tristezas
dance suas perdas
trabalhe sangrando

mate a sua alma
ou a perca
com ela, não serás completo

corra, corra, corra
pra fazer o seu trajeto

caminho já vendido,
sonhos escassos
vida concorrida
dos mal amados

corra, corra, corra
se perca outra vez
adulto
em sua humilde rigidez