Vamos voltar, meu bem. Voltar para alguns anos atrás quando tudo era meu nada e nada era maravilhoso; quando aventuras eram vividas em tardes loucas e voltas na quadra eram as maiores inconsequências a serem vividas... Vamos voltar e observar aquela menina pensando em fazer um blog, conhecendo NeverShoutNever, sendo popular no MSN e no orkut... Vamos olhar os detalhes dessa menina inocente descobrindo e ficando com o coração partido em meio ao seu primeiro amor. Agora, depois de tudo, repense.
O que aconteceu?
O meu fim começou com aquele não? Ou com aquele medo inevitável no parquinho da escola? A raiva começou mesmo naquela noite de novembro ou foi tudo predestinado pelo DNA? Tudo começou com aquela maldita risada sobre o amor de alguém ser real ou com o ciúmes do desconhecido? Ou com o sumiço dela? Talvez com o conforto de observadora ou com ataques de raiva...
Mas... O que houve...?
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Minha lista de filmes marcantes:
Bem, qualquer um que tenha a oportunidade de conviver comigo e ter uma pequena conversa, por mais mínima que seja, sabe muito bem que amo demais o universo dos filmes. Amo toda essa magia que vai desde uma etapa de pré produção até a pipoca que vai ser vendida lá nas salas de cinema... Da maravilhosa arte de criar personagens, escolher cores, atores, cenários... Acho tudo muito encantador e já tive até a oportunidade de estudar e degustar um pouco deste mundo e, com certeza, no momento, não me visualizo trabalhando com outra coisa no futuro. Mesmo tendo a memória um pouco falha, queria colocar aqui alguns filmes que são inesquecíveis pra mim, que eu me arrepio ao vê-los e, talvez (tsc), até derrube algumas lágrimas. Essa é uma lista pessoal de alguns filmes que amo que estou revelando aqui no meu cantinho:
- Efeito Borboleta (The Butterfly Effect - 2004)
-Closer-Perto Demais (Closer - 2004)
- A Viagem (Cloud Atlas - 2012)
- Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream - 2000)
-Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind - 2004)
-Dirty Dancing (Dirty Dancing - 1987)
- Clube dos Cinco (The Breakfast Club - 1985)
- Meia Noite em Paris (Midnight in Paris - 2011)
- A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi - 2001)
- O Labirinto do Fauno (El laberinto del fauno - 2006)
- Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles - 1994)
- Valente (Brave - 2012)
- Lisbela e o Prisioneiro (Lisbela e o Prisioneiro - 2003)
- Como treinar o seu Dragão 1 e 2 (How to Train your Dragon - 2010/2014)
- Mesmo se Nada der Certo (Begin Again - 2013)
- Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman or(The Unexpected Virtue of Ignorance) - 2014)
- Trilogia Batman (Batman Begins - 2005, The Dark Knight - 2008, The Dark Knight Rises - 2012)
- Pink Floyd The Wall - 1982
- Simplesmente Acontece (Love, Rosie - 2014)
- Lembranças (Remember Me - 2010)
- Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive - 2001)
- O Rei Leão (The Lion King - 1994)
- Diário de Uma Paixão (The Notebook - 2004)
-Ninfomaníaca Vol. I e II (Nymphomaniac Vol. I & II- 2013)
- Titanic (Titanic - 1997)
- O Homem do Futuro (O Homem do Futuro - 2011)
- As Melhores Coisas do Mundo (As Melhores Coisas do Mundo - 2010)
- Azul é a Cor mais Quente ( La vie d'Adèle - 2013)
- Across The Universe (Across the Universe - 2007)
- Sr. Ninguém (Mr. Nobody - 2009)
- As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower - 2012)
Obs: Mesmo eu tendo visto quatro vezes no cinema e me arrepiando todas as vezes que vi a tranformação de homem para urso, não coloquei Irmão Urso. Sim, nesse lista tem filmes brasileiros porque me arrepio com esses filmes. Meu diretor preferido é o Nolan, mas ele não se encontra muito nessa lista, não é porque adoro o jeito dele de dirigir que a lista inteira seria de filmes dele. Ah é, sim nessa lista tem filmes que contém cenas pornográficas. O filme mais recente que vi dessa minha lista foi Sr. Ninguém e se tornou um dos que mais amo. Eu choro todas vezes que assisto Titanic e Love, Rosie e, quando estou assistindo The Notebook, repito todas as falas porque já li todo o transcrito. Eu gosto de assistir cantando Across The Universe e choro na hora que Hey Jude é cantada. Gosto de cantar Você não em ensinou a te esquecer em Lisbela e o Prisioneiro e adoro as citações sobre amor no filme e na forma cômica como foi feito e dirigido. Eu sei a coreografia do casal de Dirty Dancing e sonho em dancá-la algum dia. Por mais que todo mundo que assistiu comigo tenha ficado confuso, Cloud Atlas está no meu Top 5 de filmes que amo, aliás o Jim Sturgess (que foi descoberto em mim em Um Dia) é o mesmo Jude que me faz chorar naquela cena que citei ali em cima. Eu assisti a Viagem de Chihiro duas vezes no cinema de tão maravilhada que fiquei. Já fui comparada algumas vezes à Clementine de Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, embora eu me ache mais parecida com o jeito do Joel. Entrevista com Vampiro foi o filme que fez eu me apaixonar por essas criaturas ainda criança, tudo isso por causa daquela cena da Kirsten cortando os cabelos e ficando graciosa de novo (aliás, ela está em um filme com o Jim Sturgess maravilhoso chamado Mundos Opostos). Em uma fase da minha vida, já fui um pouco parecida com o Charlie. Réquiem para um Sonho fez eu me apaixonar pelo Jared Leto e, hoje em dia, ele é um dos meus atores preferidos. Me arrepio demais com o final de Efeito Borboleta, a escolha que o protagonista fez é maravilhosa e ainda tem direito a última cena com trilha sonora da minha banda favorita. O Labirinto do Fauno me convenceu a acreditar em fadas. Além de Titanic, adoro A Origem e O Grande Gatsby com o Leonardo. Me acho parecida demais com a Merida de Valente e me arrepio quando ela diz que é a primogênita de seu clã e quer lutar por sua mão, pois eu faria a mesma coisa. Sou apaixonada pelo Soluço, mesmo ele sendo uma animação. E, me identifico até hoje com o Bender de O Clube dos Cinco, embora eu já tenha sido mais parecida com ele na forma de demonstrar não se importar, mas sempre estar lá pelos que ele se importa.
- Efeito Borboleta (The Butterfly Effect - 2004)
-Closer-Perto Demais (Closer - 2004)
- A Viagem (Cloud Atlas - 2012)
- Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream - 2000)
-Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind - 2004)
-Dirty Dancing (Dirty Dancing - 1987)
- Clube dos Cinco (The Breakfast Club - 1985)
- Meia Noite em Paris (Midnight in Paris - 2011)
- A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi - 2001)
- O Labirinto do Fauno (El laberinto del fauno - 2006)
- Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles - 1994)
- Valente (Brave - 2012)
- Lisbela e o Prisioneiro (Lisbela e o Prisioneiro - 2003)
- Como treinar o seu Dragão 1 e 2 (How to Train your Dragon - 2010/2014)
- Mesmo se Nada der Certo (Begin Again - 2013)
- Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman or(The Unexpected Virtue of Ignorance) - 2014)
- Trilogia Batman (Batman Begins - 2005, The Dark Knight - 2008, The Dark Knight Rises - 2012)
- Pink Floyd The Wall - 1982
- Simplesmente Acontece (Love, Rosie - 2014)
- Lembranças (Remember Me - 2010)
- Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive - 2001)
- O Rei Leão (The Lion King - 1994)
- Diário de Uma Paixão (The Notebook - 2004)
-Ninfomaníaca Vol. I e II (Nymphomaniac Vol. I & II- 2013)
- Titanic (Titanic - 1997)
- O Homem do Futuro (O Homem do Futuro - 2011)
- As Melhores Coisas do Mundo (As Melhores Coisas do Mundo - 2010)
- Azul é a Cor mais Quente ( La vie d'Adèle - 2013)
- Across The Universe (Across the Universe - 2007)
- Sr. Ninguém (Mr. Nobody - 2009)
- As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower - 2012)
Obs: Mesmo eu tendo visto quatro vezes no cinema e me arrepiando todas as vezes que vi a tranformação de homem para urso, não coloquei Irmão Urso. Sim, nesse lista tem filmes brasileiros porque me arrepio com esses filmes. Meu diretor preferido é o Nolan, mas ele não se encontra muito nessa lista, não é porque adoro o jeito dele de dirigir que a lista inteira seria de filmes dele. Ah é, sim nessa lista tem filmes que contém cenas pornográficas. O filme mais recente que vi dessa minha lista foi Sr. Ninguém e se tornou um dos que mais amo. Eu choro todas vezes que assisto Titanic e Love, Rosie e, quando estou assistindo The Notebook, repito todas as falas porque já li todo o transcrito. Eu gosto de assistir cantando Across The Universe e choro na hora que Hey Jude é cantada. Gosto de cantar Você não em ensinou a te esquecer em Lisbela e o Prisioneiro e adoro as citações sobre amor no filme e na forma cômica como foi feito e dirigido. Eu sei a coreografia do casal de Dirty Dancing e sonho em dancá-la algum dia. Por mais que todo mundo que assistiu comigo tenha ficado confuso, Cloud Atlas está no meu Top 5 de filmes que amo, aliás o Jim Sturgess (que foi descoberto em mim em Um Dia) é o mesmo Jude que me faz chorar naquela cena que citei ali em cima. Eu assisti a Viagem de Chihiro duas vezes no cinema de tão maravilhada que fiquei. Já fui comparada algumas vezes à Clementine de Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, embora eu me ache mais parecida com o jeito do Joel. Entrevista com Vampiro foi o filme que fez eu me apaixonar por essas criaturas ainda criança, tudo isso por causa daquela cena da Kirsten cortando os cabelos e ficando graciosa de novo (aliás, ela está em um filme com o Jim Sturgess maravilhoso chamado Mundos Opostos). Em uma fase da minha vida, já fui um pouco parecida com o Charlie. Réquiem para um Sonho fez eu me apaixonar pelo Jared Leto e, hoje em dia, ele é um dos meus atores preferidos. Me arrepio demais com o final de Efeito Borboleta, a escolha que o protagonista fez é maravilhosa e ainda tem direito a última cena com trilha sonora da minha banda favorita. O Labirinto do Fauno me convenceu a acreditar em fadas. Além de Titanic, adoro A Origem e O Grande Gatsby com o Leonardo. Me acho parecida demais com a Merida de Valente e me arrepio quando ela diz que é a primogênita de seu clã e quer lutar por sua mão, pois eu faria a mesma coisa. Sou apaixonada pelo Soluço, mesmo ele sendo uma animação. E, me identifico até hoje com o Bender de O Clube dos Cinco, embora eu já tenha sido mais parecida com ele na forma de demonstrar não se importar, mas sempre estar lá pelos que ele se importa.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Steven Universe "Sapphire and Ruby" REACTION
Esse vídeo define minha reação ao assistir o episódio Jailbreak de Steven Universe <3
Virtude da Ignorância
Sinto por você. Sinto por você um sentimento que ninguém, aos meus olhos, um dia mereceu: pena. Sinto pena de como contenta-te com teu medíocre mundo achando-se rei, o rei de nada. Sinto pena de como não consegue admirar o belo por não tolerar o que é- aos seu ver- imperfeito e como se acha perfeccionista e inteligente por ser assim. Sinto pena pela falta de vivência sua, por não ter o poder de quebrar uma tradição pra salvar alguém que seja gracioso (tu nunca te arriscarias). Sinto pena de como não sabe ouvir, só sabe julgar, criticar e comparar... Sinto pena, pois não sabes amar.
Sinto pena de ti por esperar que as pessoas obedeçam e promovam a ti, seus desejos. Sinto pena de como você só pensa em cortejos e beijos (ou coito). Sinto pena porque você espera tudo cair do céu -fazendo-te ficar jogado ao léu- e não aceita que alguém seja contrário a ti. Sinto pena por pensares que tem alguém e de como, talvez, venha a se tornar ninguém. Sinto pena de como repete os mesmos erros, mesmos receios... Mude suas frases, troque sua fase, jovem! Sinto pena de como contrarias Sócrates ao afirmar que você tudo sabe. De ti, não sinto um pingo de saudade, mantenho distância pela eternidade. Bem, esse é o meu lema, como não posso "não sentir nada" - por você -, tudo o que sinto é: pena.
Sinto pena de ti por esperar que as pessoas obedeçam e promovam a ti, seus desejos. Sinto pena de como você só pensa em cortejos e beijos (ou coito). Sinto pena porque você espera tudo cair do céu -fazendo-te ficar jogado ao léu- e não aceita que alguém seja contrário a ti. Sinto pena por pensares que tem alguém e de como, talvez, venha a se tornar ninguém. Sinto pena de como repete os mesmos erros, mesmos receios... Mude suas frases, troque sua fase, jovem! Sinto pena de como contrarias Sócrates ao afirmar que você tudo sabe. De ti, não sinto um pingo de saudade, mantenho distância pela eternidade. Bem, esse é o meu lema, como não posso "não sentir nada" - por você -, tudo o que sinto é: pena.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Nate & Julie
Onde eu morei nunca teve nenhum tipo de violência muito preocupante. Cidade pequena onde todos se conheciam, Todas as casas eram padronizadas com dois andares e um quintal aos fundos que tinha cercas de madeira impondo limites. Esse sempre foi o mundo pacato em que vivi. Até o dia que me deixei entregar à Nate. Lembro-me como se fosse ontem do dia em que o conhecera. Não era um dia muito diferente desse, ensolarado e normal.
Minha mãe e eu estávamos na cozinha, ela tomando seu café puro e eu comendo minha torrada de sempre. Meu pai já havia saído para o trabalho. Eles sempre saíam antes de mim, íam para o trabalho e eu ia andando para a escola alguns minutos depois, não sei se era porque eles não se importavam comigo - pois naquela casa não havia nenhum tipo de afeição um pelo outro ou diálogo- ou se era porque confiavam demais em mim que faziam isso, pois eu podia não ir a escola que eles não iriam saber. Minha mãe me deu um beijo na testa, colocou sua bolsa em mãos e logo saiu. Enquanto ela saia, dei uma olhadela pela janela da frente, tinha um movimento estranho na rua e, pelo que pude ouvir, uns valentões babacas lá da escola queriam bater em alguém. Nada que influenciasse na minha vida. Voltei para a cozinha e fiz o que sempre fazia todas as manhãs, coloquei minha tigela de cereais com leite e fui andando para o quintal dos fundos, por algum motivo adorava ficar lá atrás antes de ir a escola, achava que aquele era meu cantinho da casa... Mas nesse dia, quando eu cheguei lá, foi diferente.
-Quem é você?! É um ladrão? - disse assustada enquanto olhava para um garoto de cabelos castanhos escuros sentado na minha grama. Ele estava todo sujo e parecia ter acabado de pular a cerca.
-Calma, calma. Não sou um ladrão, estou me escondendo. Creio que tenha visto aqueles caras lá de fora... Eles querem me dar "uma lição". -ele disse bem calmo enquanto verificava se nada em sua mochila estava quebrado. Tirei a feição de criança assustada do rosto e vi que aquele guri não era um problema.
-Bem... Eu os conheço. São da minha escola. Sei que eles têm o habito de fazer isso com garotos... Na verdade, conheço todos nessa pequena cidade, mas nunca vi você. - levantei as sobrancelhas e tornei a comer meu cereal.
-Ah, Desculpe-me, meu nome é Nate. Sou novo na cidade, cheguei semana passada e vou começar hoje na escola, provavelmente na sua. - ele dizia as coisas como se a vida dele fosse impulsiva e a mente dele, tanto quanto o corpo, fosse um lugar vasto e sem rumo,
-Provavelmente... Meu nome é Julie, aliás. Por quanto tempo você vai ficar ai escondido? Porque eu tenho que sair pra escola... É uma longa caminhada. -disse enquanto dava a última colherada no cereal. Enquanto ele se ajeitava para falar, enquanto ele alinhava cada músculo de seu rosto pra dizer mais coisas sobre ele, tudo que conseguia observar era o seu jeito. Ele não era parecido comigo, ele parecia livre.
-Pensei que os seus pais tivessem carros. Dois aliás. Por que você vai andando? - ele arregalou os olhos como se soubesse tudo do meu padrão de vida e como se eu caminhar para a escola fosse algo totalmente anormal perante a todo aquele mundo apresentado a mim.
-Eles têm.-Fiz uma feição espantada novamente, como ele poderia saber que meus pais tem dois carros? Ele me seguia? Achei melhor não perguntar. - Mas eu prefiro andar pra clarear a cabeça...
-Por que não pega o ônibus da escola?
- Lugar fechado em movimento cheio de gente que não consegue calar a boca e tudo o que tem de complexo para dizer é o quão legais são e como Ethan é gatinho.
-Ah, entendi. Antissocial. - disse revirando os olhos.
-Não! Eu tenho meus amigos. Mas a maioria no ônibus é de pessoas assim como descrevi. Ei, você está me distraindo, por que aqueles garotos querem te agredir? -disse tentando mudar de assunto.
-Bem, vou resumir a história. Eu era novo na cidade e estava precisando de dinheiro, me ofereceram bastante pra hackear o -fez aspas com as mãos em tom irônico- "super avançado computador deles" e fazer cópias dos arquivos. Não sei o porquê, não me interessa o porquê, sei que pagaram bem, mesmo sendo uma pessoa anônima... Mas eles descobriram que fui eu e... Deu nisso. -olhei bem para os músculos dele que se escondiam debaixo da camisa, ele era alto e ele parecia ter porte para encarar aqueles dois idiotas valentões. Não comentei nada novamente.
-Bem, podemos ir? Eu detesto chegar atrasada.
-Ok, loirinha, podemos ir.
-Meu nome é Julie.
-Tudo bem, "Julie".
Ele saiu pela porta da frente, junto de mim. Sem temer nada ou ninguém. Sem temer os garotos que queriam bater nele, sem temer o que as pessoas poderiam comentar sobre mim, afinal a cidade era pequena...
-Você não vai andando comigo? - hesitei um pouco ao falar, pois acabara de o conhecer e parecia estar requisitando sua companhia.
-Na verdade, minha moto está estacionada há duas quadras daqui. Quer carona? - ele foi convidativo, seus olhos sofridos, sinceros e livres pareciam me querer perto dele, mas o que todos iam pensar de mim se eu aparecesse com o garoto novo no primeiro dia de aula?
-Melhor não. Obrigada, Nate.
Ele deu as costas e eu me virei e tornei a andar. Dei uma última olhada para ele, já de costas. Pude perceber que ele acendeu um maldito (e nojento) cigarro quando se foi. Não é que eu fosse atraída por problema e perigo, apenas aconteceu... Mas o jeito dele, como falava,como se ele fosse morador de lugar nenhum e natural do mundo. Ele me atraiu.
Minha mãe e eu estávamos na cozinha, ela tomando seu café puro e eu comendo minha torrada de sempre. Meu pai já havia saído para o trabalho. Eles sempre saíam antes de mim, íam para o trabalho e eu ia andando para a escola alguns minutos depois, não sei se era porque eles não se importavam comigo - pois naquela casa não havia nenhum tipo de afeição um pelo outro ou diálogo- ou se era porque confiavam demais em mim que faziam isso, pois eu podia não ir a escola que eles não iriam saber. Minha mãe me deu um beijo na testa, colocou sua bolsa em mãos e logo saiu. Enquanto ela saia, dei uma olhadela pela janela da frente, tinha um movimento estranho na rua e, pelo que pude ouvir, uns valentões babacas lá da escola queriam bater em alguém. Nada que influenciasse na minha vida. Voltei para a cozinha e fiz o que sempre fazia todas as manhãs, coloquei minha tigela de cereais com leite e fui andando para o quintal dos fundos, por algum motivo adorava ficar lá atrás antes de ir a escola, achava que aquele era meu cantinho da casa... Mas nesse dia, quando eu cheguei lá, foi diferente.
-Quem é você?! É um ladrão? - disse assustada enquanto olhava para um garoto de cabelos castanhos escuros sentado na minha grama. Ele estava todo sujo e parecia ter acabado de pular a cerca.
-Calma, calma. Não sou um ladrão, estou me escondendo. Creio que tenha visto aqueles caras lá de fora... Eles querem me dar "uma lição". -ele disse bem calmo enquanto verificava se nada em sua mochila estava quebrado. Tirei a feição de criança assustada do rosto e vi que aquele guri não era um problema.
-Bem... Eu os conheço. São da minha escola. Sei que eles têm o habito de fazer isso com garotos... Na verdade, conheço todos nessa pequena cidade, mas nunca vi você. - levantei as sobrancelhas e tornei a comer meu cereal.
-Ah, Desculpe-me, meu nome é Nate. Sou novo na cidade, cheguei semana passada e vou começar hoje na escola, provavelmente na sua. - ele dizia as coisas como se a vida dele fosse impulsiva e a mente dele, tanto quanto o corpo, fosse um lugar vasto e sem rumo,
-Provavelmente... Meu nome é Julie, aliás. Por quanto tempo você vai ficar ai escondido? Porque eu tenho que sair pra escola... É uma longa caminhada. -disse enquanto dava a última colherada no cereal. Enquanto ele se ajeitava para falar, enquanto ele alinhava cada músculo de seu rosto pra dizer mais coisas sobre ele, tudo que conseguia observar era o seu jeito. Ele não era parecido comigo, ele parecia livre.
-Pensei que os seus pais tivessem carros. Dois aliás. Por que você vai andando? - ele arregalou os olhos como se soubesse tudo do meu padrão de vida e como se eu caminhar para a escola fosse algo totalmente anormal perante a todo aquele mundo apresentado a mim.
-Eles têm.-Fiz uma feição espantada novamente, como ele poderia saber que meus pais tem dois carros? Ele me seguia? Achei melhor não perguntar. - Mas eu prefiro andar pra clarear a cabeça...
-Por que não pega o ônibus da escola?
- Lugar fechado em movimento cheio de gente que não consegue calar a boca e tudo o que tem de complexo para dizer é o quão legais são e como Ethan é gatinho.
-Ah, entendi. Antissocial. - disse revirando os olhos.
-Não! Eu tenho meus amigos. Mas a maioria no ônibus é de pessoas assim como descrevi. Ei, você está me distraindo, por que aqueles garotos querem te agredir? -disse tentando mudar de assunto.
-Bem, vou resumir a história. Eu era novo na cidade e estava precisando de dinheiro, me ofereceram bastante pra hackear o -fez aspas com as mãos em tom irônico- "super avançado computador deles" e fazer cópias dos arquivos. Não sei o porquê, não me interessa o porquê, sei que pagaram bem, mesmo sendo uma pessoa anônima... Mas eles descobriram que fui eu e... Deu nisso. -olhei bem para os músculos dele que se escondiam debaixo da camisa, ele era alto e ele parecia ter porte para encarar aqueles dois idiotas valentões. Não comentei nada novamente.
-Bem, podemos ir? Eu detesto chegar atrasada.
-Ok, loirinha, podemos ir.
-Meu nome é Julie.
-Tudo bem, "Julie".
Ele saiu pela porta da frente, junto de mim. Sem temer nada ou ninguém. Sem temer os garotos que queriam bater nele, sem temer o que as pessoas poderiam comentar sobre mim, afinal a cidade era pequena...
-Você não vai andando comigo? - hesitei um pouco ao falar, pois acabara de o conhecer e parecia estar requisitando sua companhia.
-Na verdade, minha moto está estacionada há duas quadras daqui. Quer carona? - ele foi convidativo, seus olhos sofridos, sinceros e livres pareciam me querer perto dele, mas o que todos iam pensar de mim se eu aparecesse com o garoto novo no primeiro dia de aula?
-Melhor não. Obrigada, Nate.
Ele deu as costas e eu me virei e tornei a andar. Dei uma última olhada para ele, já de costas. Pude perceber que ele acendeu um maldito (e nojento) cigarro quando se foi. Não é que eu fosse atraída por problema e perigo, apenas aconteceu... Mas o jeito dele, como falava,como se ele fosse morador de lugar nenhum e natural do mundo. Ele me atraiu.
dedicado à: Juliana
domingo, 15 de fevereiro de 2015
dois mil e quinze
Sinto como se tivesse recomeçado minha vida de novo. Eu já tinha mudado durante o ano de dois mil e quatorze, mas na meia noite do dia primeiro de janeiro de dois mil e quinze eu tomei minha decisão de oficializar minha mudança. Parece que eu procurei novamente novos braços e um novo local para me alocar. E.. Como sempre... Se a vida muda, se você muda, o elenco inevitavelmente muda.
Não estou dizendo que tudo que vivi naquele lugarzinho vai ser deixado para trás porque, afinal, foi lá que descobri minha área profissional e foi onde tracei uma meta em minha vida profissional... Mas não são muitas pessoas que pretendo carregar na mente e... são raras as que carregarei no coração. Estou apagando memórias e me juntando a Clementine.
Ora, garota, não seja dramática, sabes que não está sentindo tanto quanto escreves sobre... Porque você, melhor que ninguém, sabe o quanto um escritor é mentiroso em suas palavras... Ora, garota, escreva poemas sobre a tristeza que guarda em si e apague mais uma vez as memórias de tudo que viveu... Coloque na sua cabeça de que tudo foi um sonho conturbado durante uma noite de verão que te trouxe experiências para a vida.
Sabe, é como se eu tivesse me esvaziado de novo, às vezes é como se eu fosse uma fumaça... Tenho a sensação de que para cada passo ou piscadela que dou, tenho que respirar fundo. Mais uma vez, só confio na minha escrita e nela deixo minhas subliminares mensagens.
Eu sinto que estou cansada até de falar a minha língua nativa. Sinto que sou moradora de lugar nenhum e natural do lugar "sem raízes", filha da mãe "terra verde" e do pai "cheiro de terra molhada". O silêncio toma conta de meus olhos e não sinto mais necessidade de necessitar.
É como se depois de muito tempo, eu conseguisse ser a heroína fria das histórias que leio e escrevo... É como se aquelas roupas estranhas e escuras do meu armário só estivessem esperando por essa ilusão de vida passar... Tudo se foi como essas gotas de chuva que caem no chão.
Isso foi uma mensagem apenas dessa rosa que nunca deixou de ser negra, gostar de cravos brancos e alucinar sobre tulipas...
Não estou dizendo que tudo que vivi naquele lugarzinho vai ser deixado para trás porque, afinal, foi lá que descobri minha área profissional e foi onde tracei uma meta em minha vida profissional... Mas não são muitas pessoas que pretendo carregar na mente e... são raras as que carregarei no coração. Estou apagando memórias e me juntando a Clementine.
Ora, garota, não seja dramática, sabes que não está sentindo tanto quanto escreves sobre... Porque você, melhor que ninguém, sabe o quanto um escritor é mentiroso em suas palavras... Ora, garota, escreva poemas sobre a tristeza que guarda em si e apague mais uma vez as memórias de tudo que viveu... Coloque na sua cabeça de que tudo foi um sonho conturbado durante uma noite de verão que te trouxe experiências para a vida.
Sabe, é como se eu tivesse me esvaziado de novo, às vezes é como se eu fosse uma fumaça... Tenho a sensação de que para cada passo ou piscadela que dou, tenho que respirar fundo. Mais uma vez, só confio na minha escrita e nela deixo minhas subliminares mensagens.
Eu sinto que estou cansada até de falar a minha língua nativa. Sinto que sou moradora de lugar nenhum e natural do lugar "sem raízes", filha da mãe "terra verde" e do pai "cheiro de terra molhada". O silêncio toma conta de meus olhos e não sinto mais necessidade de necessitar.
É como se depois de muito tempo, eu conseguisse ser a heroína fria das histórias que leio e escrevo... É como se aquelas roupas estranhas e escuras do meu armário só estivessem esperando por essa ilusão de vida passar... Tudo se foi como essas gotas de chuva que caem no chão.
Isso foi uma mensagem apenas dessa rosa que nunca deixou de ser negra, gostar de cravos brancos e alucinar sobre tulipas...
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
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