segunda-feira, 21 de maio de 2012

Narração de uma vida complicada.

" -Peter , se você sair de casa , nunca mais voltará a ser meu filho.
" -Você nunca foi meu pai. "
 Eu tinha 13 anos. Só lembro de pegar a minha mochila e sair pela porta sem rumo algum. Minha mãe tinha acabado de falecer e eu nunca me dei bem com meu pai, só vivia com ele por causa da tolerância de minha mãe. Ela morreu por causa de um tumor no cérebro.
Andei dias e dias, dormindo na rua e pedindo comida dos outros sem necessidade alguma , vivendo num universo no qual eu sempre desconheci, pois minha família era literalmente podre de rica. A minha sorte foi ter encontrado uma mulher hippie chamada Natashah. Seu cabelo era loiro com uma mecha vermelha , usava saias longas e blusas estranhas. Ela estava passando na rua e, por algum motivo, me notou na calçada:
- ô , menino , vai para casa.
- Não tenho casa.
- Ah , já entendi , um jovenzinho rebelde que tá na rua por pirraça... Não fica aqui não , aqui é perigoso.
- Não quero saber do meu pai - sorri ironicamente.
Ela se abaixou e disse ao meu ouvido:
-Não costumo fazer isso , mas é que você parece legal , vem para a minha casa , a gente fuma um baseado e resolve tua vida. Eu posso apenas te dar liberdade. Pode ser?
- É tudo o que eu mais quero - ela sorriu e eu tornei a seguí-la.

Natashah conseguiu fazer meu pai assinar minha emancipação- que por curiosidade , assinou gargalhando. Depois disso, ela falou que eu tinha que tomar um rumo... E me largou na vida , mas ainda a tenho como uma amiga.

3 meses depois...
Eu encontrei um emprego.Graças a Nat , eu entrei no mundo das drogas e agora era um revendedor. Com apenas 13 anos. Estudava e vendia , nunca deixei de estudar porque acima de tudo eu visava um futuro.  Mas fui expulso algum tempo depois. Levei 9 advertências. A última foi porque coloquei uma arma na cara de um moleque que pesquisou a minha vida...
Minha mãe era famosa e muito rica , era dona de três restaurantes que , meu avô(um francês), deixou para ela... Então , era fácil me achar no Google.
mas foi bom mudar de cidade , ganhei uma grande oportunidade... A de entrar em uma gangue muito boa , dinheiro fácil e segurança garantida.
Eu poderia ganhar o "cargo" de "vendedor" de drogas , porém precisava de dinheiro para comprar as drogas. eram muitos viciados nessa tal de Anarquia. Falei com a Nat , ela me arranjou um dinheiro bom , mas me deixei levar pela ambição... Queria mais dinheiro... Eu estava cego , afinal eu tinha acabado de fazer 14 anos... Uma mulher da Anarquia falou que eu poderia ganhar um ótimo dinheiro e não precisaria trabalhar por um bom tempo... Eu só precisava sabotar o carro de uma ricona , uma tal de Black . Fácil.
Eu o fiz. Ganhei muito dinheiro. E a Black morreu. Logo depois o marido da ricona se suicidou. Eu guardei este dinheiro até meus 16 anos , foi quando comprei meu Camaro vermelho. E dormia e vivia na sede da Anarquia , por incrível que pareça me sentia bem lá. E tentava sempre viver na quietude...
Mas quando você fica ambicioso , é difícil aprender a se contentar com o que tem.
Fui expulso do colégio , de novo. Desta vez por causa de garota idiota e garoto marrento. Eu ia para um colégio particular , mas Karla falou que tinha um bom alvo num colégio público local- nunca vi um colégio público com tanta gente rica. Dei uma rodada em frente a escola:
 -É ela! - apontou discretamente para uma garotinha.
-Ela é só uma garota adolescente.
-Não , ela é mais que isso , ela é filha da mulher que você matou , Peter.
Ela era filha da mulher que eu sabotei o carro. A mulher tinha uma filha. 
-Não quero o alvo , obrigado. Suma com este pedido de morte.
Como eu já tinha me matriculado , entrei na escola... Eu era discreto , mas parece que ela se aproximava de propósito... Ela... Annie Black.


Por: Peter Voltaire