Já não era de tanto espanto que um dia aquele devoto encanto fosse terminar. Aquele que um dia deveras cortejei hai de se afastar, levando embora lembranças de ilusórias memórias e deixando-me apenas com o silêncio que um dia jurei amar. Não sussurre juras, não irei escutar, mas admito que gostar de ti como eu gostei, ninguém irá. Mas que seria da paixão se não fosse finita? A chama não arderia assim tão eternamente em um homem tão bonito. Um dia ele vai se esvair... Como um perfume adorado ao v e n t o.
Parece que mesmo com um passado tão conturbado por várias lutas para ter uma conquista, toda a união foi em vão, nos tornando irmãos de causa e não amantes sonhadores. Há quem diga que tudo é passageiro, mas eu duvidava... Porém, quando eu estou com raiva de ti, afirmo que foi passageiro contigo. Afirmo e grito, grito muito do alto dos prédios se for preciso.
E hoje com tanto descontentamento no sorriso, nem as lágrimas conseguem aparecer, tornando-me feliz e oca, um ser vivente por fora e pensante por dentro nesta noite de núpcias da filosofia. Que seria eu sem meu porto seguro da escrita, uma de minhas únicas amigas... Que apesar de falha em alguns momentos da madrugada, deixa eu expressar meu verdadeiro eu? Não admito que a culpa não seja minha e que por causa deste coração de gelatina eu tenha ainda este carinho assombroso. Tudo passa na minha cabeça como uma alucinação voraz. Não sei o que quero e onde estou... Mas não é onde devo estar, apenas estou seguindo um caminho trilhado por outros para chegar aonde quero chegar e neste meio rochoso e frio, foi uma benção te encontrar.